Edificio VV

Uma das principais premissas do projeto passa, exatamente, pela interpretação do conceito de “sustentabilidade” e, consequentemente, a sua aplicabilidade termos de eficiência energética e redução do impacto ambiental. Seja a partir da seleção de materiais de construção/revestimento e/ou pela implementação de elementos verdes – floreiras e cobertura ajardinada – a utilização de vegetação na arquitetura permite, não só, construir uma imagem mais apelativa do local como também contribuir para a biodiversidade das espécies. Através da fotossíntese, as plantas ajudam a filtrar e a descontaminar o ar, proporcionando uma sensação agradável – permitindo um maior controlo da temperatura no verão (diminui a necessidade de refrigeração), assim como, ajuda a manter a temperatura interna da habitação no inverno.

O edifício proposto é composto por cinco pisos acima da cota de soleira para uso habitacional e dois pisos em cave para estacionamento e zona de lazer com piscina. O acesso estabelece-se pedonalmente pela Rua Estrela do Mar a partir de escadas em betão ou em alternativa, por rampa acessível (também) a utentes de mobilidade condicionada. Estes acessos confluem no patamar superior, onde é possível aceder aos recetáculos postais e permanecer, mesmo que temporariamente, nos bancos que surgem junto a um jardim de receção composto por: Cymbopogon flexuosus, Rosmarinus officinalis prostratus e Agave attenuata. Já o acesso ao estacionamento, faz-se a sul da intervenção a partir de grelhas de enrelvamento, de forma a diferenciar espaços (pessoas/carros) e acompanhar gentilmente a topografia.

Conceptualmente, pretende-se que a massa edificada surja como um objeto orgânico – fluído, composto por elementos verdes (floreiras) e planos curvos assentes numa plataforma, em contraponto, de linhas direitas (lajes) que acompanham o perímetro do edifício, criando um sistema contínuo de varandas. Numa relação estreita entre “cheio” e “vazio”, os planos horizontais (lajes) prolongam-se até aos volumes das comunicações verticais, encerrando um gesto aberto/dinâmico com uma intensão claramente encerrada, de charneira, que concretiza a entrada – ao centro do edifício.